terça-feira, 4 de outubro de 2011

TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS QUE CONSIDERAMOS APROPRIADAS PARA NOSSA PESQUISA


As técnicas de coleta de dados para realizar uma pesquisa são basicamente de quatro formas: a observação, a aplicação de questionário, a realização de entrevistas e a consulta a documentos. Em nossa pesquisa iremos usar todas, pois boa parte do que sabemos a respeito da problemática, resultou das observações e falas (entrevista) com o colegiado da EEB Felipe Manke, que será fundamentada através de questionários.
Em nossa 1ª visita procedemos com a observação de fatos e fenômenos referentes ao cotidiano escolar , nas demais teremos que coletar dados referentes ao dia-a-dia escolar (observação, questionários, consulta a documentos), buscar informações pertinentes à temática levantada com o colegiado. Pois através destas técnicas teremos condições de tirarmos conclusões para realizarmos nosso projeto de intervenção nos fenômenos do cotidiano escolar, para isso, ela precisa ser planejada e registrada. Já no projeto de intervenção iremos utilizar de forma ativa as quatro formas de obtenção de dados: a observação, a aplicação de questionário, a realização de entrevistas e a consulta a documentos, as entrevistas são bem vindas no processo ensino-aprendizagem, por proporcionarem uma interação, um diálogo vivo entre o entrevistador e o entrevistado, estabelece um clima da interação, uma influência recíproca passa a existir entre o pesquisador e o sujeito entrevistado, própria do ato de conversar, ela é passível de ser aplicada a sujeitos individualmente ou em pequemos grupos de pessoas com idades e instrução diversas e sobre os mais variados temas, desde os mais simples aos mais complexos.
A aplicação de questionário será utilizada, sendo que esta técnica poderá ser um instrumento de busca de dados constituído de questões fechadas e/ou abertas. No primeiro momento será aplicado um questionário para o colegiado, com questões fechadas, pois este é de fácil aplicação e será aplicado simultaneamente para grande parte do o colegiado, além disso, possibilita a uniformidade das respostas, o anonimato do informante e facilita a tabulação. No projeto de intervenção o colegiado poderá aplicar questionário com questões fechadas e/ou abertas e aplicar à um grande número de indivíduos. Também utilizaremos consulta a documentos, nas três instancias das fontes: primárias, secundárias e terciárias, documentos estes que serão diversos e de diferentes tipos e categorias e que devem estar ligados diretamente ao objeto de estudo.
De acordo com BORRIONE e CHAVES (2004), a utilização de textos documentais como práticas discursivas de determinado momento sócio-histórico é capazes de elucidar os saberes considerados pertinentes a época e defende sua importância no contexto de desenvolvimento da pesquisa, o estudo evidenciar as possibilidades de interface entre Psicologia e História, ao analisar documentos de uma instituição ela passa a ter o seu papel ou sua construção histórica mais valorizada e o material levantado faz com que comunidade perceba essa instituição de forma diferente.
Quadro Comparativo entre Técnicas de Coleta de Dados de Eduardo Fernandes Barbosa , em Instrumentos de coleta de dados em pesquisa:
Técnica de Coleta
Pontos Fortes
Pontos Fracos
Questionário
- Garante o anonimato
- Questões objetivas de fácil pontuação
- Questões padronizadas garantem uniformidade
- Deixa em aberto o tempo para as pessoas pensarem sobre as respostas
- Facilidade de conversão dos dados para arquivos de computador
- Custo razoável
- Baixa taxa de respostas para questionários enviados pelo correio
- Inviabilidade de comprovar respostas ou esclarecê-las
- Difícil pontuar questões abertas
- Dá margem a respostas influenciadas pelo “desejo de nivelamento social”(*)
- Restrito a pessoas aptas à leitura
- Pode ter itens polarizados/ambíguos
Entrevista
- Flexibilidade na aplicação
- Facilidade de adaptação de protocolo
- Viabiliza a comprovação e esclareci mento de respostas
- Taxa de resposta elevada
- Pode ser aplicada a pessoas não aptas à leitura
- Custo elevado
- Consome tempo na aplicação
- Sujeita à polarização do entrevistador
- Não garante o anonimato
- Sensível aos efeitos no entrevistado
- Características do entrevistador e do entrevistado
- Requer treinamento especializado
- Questões que direcionam a resposta
Observação Direta
- Capaz de captar o comportamento natural das pessoas
- Minimiza influência do “desejo de nivelamento social”
- Nível de intromissão relativamente baixo
- Confiável para observações com baixo nivel de inferência
- Polarizada pelo observador
- Requer treinamento especializado
- Efeitos do observador nas pessoas
- Pouco confiável para observações com inferências complexas
- Não garante anonimato
- Observações de interpretação difícil
- Não comprova/esclarece o observado
- Número restrito de variáveis
Registros
Institucionais
(Análise Documental)
- Baixo custo
- Tempo de obtenção é reduzido
- Informação é estável

- Dados incompletos ou desatualizados
- Excessivamente agregados
- Mudanças de padrões no tempo
- Uso restrito (confidencialidade)
- Dados difíceis de recuperar
Grupo Focal
- Baixo custo e resposta rápida
- Flexibilidade na aplicação
- Eficientes para obter informações qualitativas a curto prazo
- Eficiente para esclarecer questões complexas no desenvolvimento de projetos
- Adequado para medir o grau de satisfação das pessoas envolvidas
- Exige facilitador/moderador com experiência para conduzir o grupo
- Não garante total anonimato
- Depende da seleção criteriosa dos participantes
- Informações obtidas não podem ser generalizadas

(*) “desejo de nivelamento social” refere-se à tendência de alguém responder a um questionário não exatamente da forma em que a realidade se apresenta para ele, mas influenciado por um desejo de se apresentar externamente com outro nível social, mais alto (ou mais baixo), conforme as conveniências de sua imagem perante a sociedade. Por exemplo, em um questionário de uma administradora de cartões de crédito, a pessoa pode se ver impulsionada a declarar uma renda pessoal acima daquela que realmente possui. Fonte: McMillan, J. H. and Schumacher, S. Research in Education. Addison Wesley Educational Publishers Inc., New York, 1997, pp. 274-275.
Conforme LÜDKE e ANDRÉ (1986), a escolha do nosso projeto de intervenção tem um caráter participativo do pesquisador na construção do conhecimento e por tratar-se da investigação de um fenômeno que não é percebido como prioridade pelo colegiado, será por intermédio de produções, opiniões, pensamentos e afetos de sujeitos e relações intersubjetivas.
Para investigarmos o trabalho coletivo, dentro do espaço escolar da EEB Felipe Manke, do colegiado e a formação dos saberes do colegiado, torna-se relevante dar voz a tais profissionais, reconhecendo neles a sua própria humanidade de sujeitos e outorgando-lhes um papel relevante na investigação. O nosso estudo têm por objetivo resgatar a identidade escolar da EEB Felipe Manke, através de um trabalho coletivo e compreender significados e sentidos que o colegiado produzem em relação à sua participação em um grupo. Conforme LÜDKE e ANDRÉ (1986), tais sujeitos são integrantes de uma determinada coletividade, capazes de tecer um diálogo com o grupo de pesquisa e de participar da investigação não apenas como informantes, mas também como colaboradores na produção do conhecimento, que não são indiferentes às produções de saber que lhe concernem, podendo resistir a elas, capazes de interagir como os dispositivos de análise e de intervenção que lhes serão aplicados, interferindo diretamente no seu funcionamento.
Por isso a nossa investigação não será unicamente descritiva ou um relatório, mesmo que minucioso, das atividades nesta Unidade Escolar realizadas, o que nos interessa, acima de tudo, é buscar compreender como os saberes docentes se constituem nas relações estabelecidas naquele espaço-tempo de estudos e formação continuada, como as relações ali tecidas interferem nas atividades pedagógicas dos professores e demais funcionários, se estes percebem as influências do grupo na sua prática de sala de aula, em seu espaço do saber e se costumam pensar e refletir sobre isto.
Os sujeitos de nossa pesquisa possuem saberes da experiência adquiridos no decorrer de sua trajetória profissional e que agregados a estes estão vários outros saberes oriundos de diversas fontes e de natureza distinta. É perceptível que os conhecimentos de um professor provêm tanto de sua família como da escola e universidade que o formou, dos cursos e de momentos de formação continuada, dos grupos aos quais pertence, enfim, de sua história e cultura pessoal. Contudo, tais saberes pessoais acontecem de modo geral na confluência com vários outros advindos da coletividade, incluindo o encontro com outros professores.
Por isso nos pesquisador teremos a participação ativa na produção dos significados que, a partir dos indícios e das evidências encontradas, construiremos o trabalho científico.

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